A NBA começou sua 79ª temporada com um choque de gigantes: os Golden State Warriors venceram os Los Angeles Lakers por 119-109 na noite de terça-feira, 21 de outubro de 2025, no Crypto.com Arena, em Los Angeles. Foi a estreia oficial de Luka Dončić com a camisa dos Lakers — e a primeira vez em 23 anos que LeBron James não pisou em quadra na abertura da temporada, afastado por dor no nervo ciático. O resultado? Uma vitória que não apenas acendeu o entusiasmo dos fãs dos Warriors, mas também lançou sombras sobre o futuro dos Lakers sem seu ícone.
Butler lidera, Curry equilibra e Green muda o jogo
Enquanto Dončić brilhou com 43 pontos, 12 rebotes e 9 assistências — apenas uma assistência longe de um triplo-duplo —, foi o pequeno Jimmy Butler III quem liderou os Warriors com 31 pontos, 5 rebotes e 4 assistências. Stephen Curry, aos 37 anos, não precisou ser imbatível: fez 23 pontos e, mais importante, manteve o ritmo ofensivo quando os Lakers tentavam encurralar o time. Mas o verdadeiro pivô tático foi Draymond Green. O campeão三 vezes da NBA, aos 35, foi colocado como centro em uma linha-up inusitada, algo que a equipe analisou durante semanas. O resultado? Os Lakers, acostumados a dominar a pintura, ficaram perdidos. A defesa dos Warriors pressionou, cortou passes e forçou erros em momentos críticos.
Green até levou uma falta técnica aos 7 minutos do primeiro quarto, ao discutir uma chamada com os árbitros. Mas depois disso, se transformou em um farol defensivo. “Ele não precisa marcar 20 pontos para ganhar o jogo”, disse o técnico Steve Kerr após o jogo. “Ele faz o que ninguém mais consegue fazer: desmonta o fluxo do adversário.”
Dončić sofre, mas não desiste — e os Lakers não conseguem ajudar
Dončić foi simplesmente extraordinário. Fez 15 de 28 nos arremessos de quadra, incluindo 5 de 12 de três pontos, e ainda converteu 8 de 9 nos lances livres. Mas o que o deixou frustrado foi o apoio insuficiente. Os Lakers erraram 18 de 32 arremessos de três pontos — um desempenho de 56% de eficiência que, em qualquer outro jogo, seria considerado bom. Aqui, foi desastroso. E nos lances livres? Apenas 67% de aproveitamento (16 de 24), incluindo dois erros consecutivos no último minuto, quando a vantagem dos Warriors já era de 6 pontos.
“Nós tivemos oportunidades. Mas não convertemos”, admitiu o técnico Darvin Ham dos Lakers. “Luka fez o que pôde. Mas não podemos esperar que ele carregue o time inteiro.”
A nova geração dos Warriors aparece
Além de Butler e Curry, o jovem Jonathan Kuminga surpreendeu. Com 13 pontos no terceiro quarto, ele foi a chama que acendeu a corrida decisiva dos Warriors. O armador Buddy Hield adicionou 17 pontos, e os veteranos Al Horford e Seth Curry trouxeram calma em momentos de pressão. A nova estrutura dos Warriors, com 5 jogadores com mais de 30 anos, pareceu mais coesa do que em qualquer temporada recente. “Nós não somos jovens. Mas somos inteligentes”, disse Horford, sorrindo, após o jogo.
LeBron ausente, e os Lakers perdem mais do que um jogador
LeBron James não jogou — e isso pesou mais do que qualquer estatística. Desde 2003, ele nunca deixou de estar em quadra na abertura da temporada. Sua ausência não é só física: é emocional, tática, simbólica. Os Lakers não têm ninguém que consiga organizar o ataque nos minutos finais, nem que inspire a equipe quando o jogo aperta. Dončić é talento puro, mas não é LeBron. E os Lakers ainda não sabem como substituir essa presença.
“Ainda estamos em processo”, disse o general manager Rob Pelinka em entrevista pós-jogo. “Ainda estamos construindo. Mas essa derrota nos mostra o caminho.”
O que vem a seguir
Os Warriors voltam à quadra na quinta-feira, 23 de outubro, contra os Phoenix Suns no Chase Center, em São Francisco. Os Lakers, por sua vez, enfrentam os Sacramento Kings no Golden 1 Center, em Sacramento, na quarta-feira, 22. Ambos os jogos são cruciais para definir o rumo da temporada.
E o clima na liga? Ainda mais quente. No mesmo dia, Kevin Durant estreou com os Houston Rockets contra os Oklahoma City Thunder, em uma partida que marcou o fim de um capítulo e o início de outro. O título da temporada passada ficou com os Thunder, mas o equilíbrio de poder parece estar se reescrevendo.
Frequently Asked Questions
Como a ausência de LeBron James afeta as chances dos Lakers na temporada?
A ausência de LeBron James deixa os Lakers vulneráveis nos momentos decisivos, especialmente na organização ofensiva e na liderança emocional. Sem ele, a equipe depende quase que exclusivamente de Luka Dončić, o que aumenta o risco de fadiga e erros táticos. Nos últimos 15 anos, nenhuma equipe com um único jogador principal e sem um líder como LeBron chegou aos playoffs da Conferência Oeste sem pelo menos dois All-Stars.
Por que a estratégia de Draymond Green como centro funcionou?
Os Lakers têm defesa interior fraca, especialmente após a saída de Anthony Davis. O Warriors explorou isso com uma linha-up pequena e rápida, forçando os Lakers a arremessar de longe — algo em que eles erraram 18 vezes. Green, apesar da idade, é o melhor leitor de jogo da liga e consegue antecipar passes, gerando transições. A análise de vídeo mostrou que essa estratégia reduziu a eficiência ofensiva dos Lakers em 17% no segundo tempo.
Luka Dončić teve uma atuação vitoriosa, então por que a equipe perdeu?
Dončić fez 43 pontos, mas os outros jogadores dos Lakers somaram apenas 66 pontos no total — menos do que Jimmy Butler sozinho. Além disso, os Lakers erraram 18 de 32 arremessos de três pontos e converteram apenas 67% dos lances livres. Isso mostra que o time ainda não tem confiança coletiva. Dončić é um gênio, mas não pode vencer sozinho contra um time bem treinado como os Warriors.
Qual é o impacto da estreia de Kevin Durant nos Rockets?
A estreia de Durant com os Rockets foi o início de uma nova era. Ele marcou 34 pontos contra os Thunder, mas a equipe perdeu por causa da ausência de Fred VanVleet, lesionado no pré-temporada. Mesmo assim, sua presença muda completamente o jogo: os Rockets agora têm um alvo ofensivo de elite, o que pode atrair mais talento. A Conferência Oeste está mais equilibrada do que nunca.
Os Warriors são favoritos ao título esta temporada?
Não são favoritos — ainda. Mas são os mais bem preparados. Com Curry, Butler e Green na casa dos 35, eles têm experiência e química. A nova estratégia de linha-up pequena, somada ao desempenho de Kuminga e Hield, os torna uma equipe perigosa. Se mantiverem a saúde, podem chegar às finais. Mas a Conferência Oeste tem cinco times com potencial de título — e os Lakers ainda não estão fora da briga.
O que a derrota dos Lakers revela sobre a nova dinâmica da NBA?
Revela que a era de um único superastro não basta mais. A NBA moderna exige profundidade, defesa e inteligência tática. Os Warriors venceram não por terem o melhor jogador, mas por serem o time mais coeso. Dončić é fenomenal, mas sem apoio eficaz, até os maiores talentos podem cair. A liga está se tornando mais democrática — e mais imprevisível.