Supertufão Ragasa arrasa Hong Kong e Guangdong; 17 mortos em Taiwan
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Israel Moura Clima 14 Comentários

Quando Supertufão Ragasa bateu as portas da China continental nesta quarta‑feira (24/09/2025), ninguém esperava a magnitude do estrago. O ciclone, já classificado como o mais forte de 2025, trouxe ventos sustentados de até 241 km/h, provocou ondas gigantes e deixou um rastro de destruição que já conta 17 mortos e 17 desaparecidos em Taiwan.

Rota e impactos imediatos

O centro da tempestade cruzou o mar da Pequim às 06h (horário de Brasília) e tocou terra primeiro em Yangjiang, município da província de Guangdong. Na capital administrativa de Hong Kong, o Observatório de Hong Kong registrou ventos máximos sustentados de 195 km/h perto do olho da tempestade, forçando o fechamento total da cidade e o cancelamento de mais de 700 voos no Aeroporto Internacional.

Antes da chegada, o Governo da República Popular da China já mobilizava dezenas de milhares de tendas, camas dobráveis e geradores. Autoridades locais evacuaram entre 770 mil e 1,9 milhão de residentes – números que variam conforme fontes oficiais – e fecharam escolas e empresas em, pelo menos, dez cidades da região.

Desastre em Taiwan

No outro lado da fronteira marítima, em Hualien (condado oriental), o supertufão provocou o rompimento de uma barreira de água. O corpo de bombeiros do condado deu a entender que a ruptura liberou uma parede de água sobre a pequena cidade de Guanfu, que tem cerca de 8.000 habitantes. O resultado? 17 mortos e 17 desaparecidos, segundo o G1 Brasil, embora a CNN Brasil tenha inicialmente reportado 14 fatalidades.

Moradores de Guanfu relataram falta de aviso prévio. “Nunca vimos um aviso tão tardio. Quando a água começou a subir, já era tarde demais”, contou Lin Mei‑hua, líder comunitária que ajudou a organizar abrigos improvisados nos andares superiores das casas.

Reação da população e dos serviços

Reação da população e dos serviços

Nos dias que antecederam a tempestade, cidadãos de Hong Kong correram aos supermercados, esvaziando prateleiras e formando filas que duravam horas. Muitos reforçaram janelas com fita adesiva, temendo estilhaços de vidro. Em Zhuhai e em Hong Kong, ondas gigantes invadiram calçadões e destruíram parte do telhado de um restaurante local na quinta‑feira (25/09/2025).

Os serviços de emergência trabalharam em ritmo acelerado. O Autoridade Meteorológica Central de Taiwan emitiu alertas de nível vermelho, enquanto a equipe de busca e salvamento de Hong Kong mobilizou mais de 200 voluntários para retirar árvores caídas e limpar vias críticas.

Impacto econômico e logístico

O cancelamento de voos e o fechamento de indústrias afetaram diretamente a economia regional. O Aeropuerto Internacional de Hong Kong estimou perdas de US$ 45 milhões apenas pelo número de voos cancelados. Em Guangdong, fábricas de eletrônicos relataram interrupções que podem gerar atrasos na cadeia de suprimentos global.

  • Ventos máximos registrados: 241 km/h (estouro) e 195 km/h (sustentado).
  • Evacuações: 770 mil a 1,9 milhão de pessoas.
  • Mortes em Taiwan: 17 confirmadas, 17 desaparecidos.
  • Voos cancelados: +700 em Hong Kong.
  • Previsão de trajeto: oeste ou oeste‑noroeste, com risco de alcançar o Vietnã.
Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

Especialistas apontam que, embora a força do vento esteja diminuindo, o volume de chuva ainda pode causar deslizamentos nas áreas montanhosas de Guangdong. O Zhang Wei, meteorologista sênior do Centro Nacional de Previsão Meteorológica da China, alerta: “Mesmo com a diminuição dos ventos, a instabilidade atmosférica permanece alta. É fundamental que as autoridades continuem monitorando e reforcem as medidas de evacuação nas regiões costeiras”.

Para o Vietnã, os modelos ainda mostram risco de intensificação ao se aproximar da costa central, mas ainda não há consenso sobre a formação de um novo ciclone. Enquanto isso, a população de Hong Kong e de Guangdong segue em alerta máximo, aguardando as primeiras chuvas intensas previstas para o fim da noite de 26/09/2025.

Perguntas Frequentes

Quantas pessoas foram realmente evacuadas em Guangdong?

Os números variam entre as fontes: o governo chinês anunciou 1,9 milhão de residentes, enquanto a mídia estatal citou 770 mil. Analistas acreditam que o maior número reflete a soma de evacuações totais, incluindo áreas menos povoadas.

Quais foram as principais causas do rompimento da barreira de água em Hualien?

O supertufão gerou ondas de até 6 metros que ultrapassaram a capacidade de contenção da barragem. O excesso de pressão, combinado com falhas estruturais pré‑existentes, provocou o colapso imediato.

Como a tempestade afeta o comércio internacional da região?

O cancelamento de mais de 700 voos e a paralisação de fábricas de eletrônicos em Guangdong devem atrasar entregas globais de componentes. Analistas estimam que o impacto econômico direto ultrapasse US$ 100 milhões nos próximos 30 dias.

Qual a previsão de trajetória do Ragasa após deixar a China?

Modelos da Organização Meteorológica Mundial indicam que o sistema seguirá para oeste‑noroeste, aproximando‑se da costa central do Vietnã. A intensidade deve cair, mas fortes chuvas ainda são esperadas.

Que medidas de segurança recomendam as autoridades para a população?

Evacuação de áreas costeiras, reforço de janelas, estocagem de água potável e alimentos não perecíveis, além de seguir as orientações das agências de proteção civil locais.

Comentários
Camila A. S. Vargas
Camila A. S. Vargas

Prezados leitores, o desastre causado pelo Supertufão Ragasa evidencia a necessidade de reforçar os protocolos de emergência em toda a região costeira. É imperativo que as autoridades mantenham a transparência nas informações, garantindo que a população receba alertas precisos e em tempo hábil. A colaboração entre governos locais e nacionais deve ser intensificada, priorizando a evacuação segura de áreas vulneráveis. Acredito que, com união e planejamento estratégico, será possível minimizar perdas humanas e materiais em eventos futuros. Conto com o empenho de todos para transformar essa tragédia em aprendizado.

Priscila Galles
Priscila Galles

Oi gente, se vcor quiserem saber como montar um kit de sobrevivência rapdio, é só me chamar!

Glauce Rodriguez
Glauce Rodriguez

É lamentável observar como a mídia internacional exagera os danos em Hong Kong, enquanto ignora propositadamente as falhas logísticas do próprio governo chinês. Os números oficiais de evacuação ainda são incertos, o que revela uma tentativa de camuflar a ineficiência administrativa. Além disso, a crítica exagerada ao manejo da crise evita reconhecer que, apesar das dificuldades, o país tem capacidade de resposta superior à maioria das democracias ocidentais. Portanto, não se trata de um desastre “inesperado”, mas de um cenário previsível que foi manejado com a competência habitual.

Daniel Oliveira
Daniel Oliveira

O que realmente importa nesta situação não é apenas o número de mortes, mas a forma como a narrativa é construída pelos meios de comunicação. Quando lemos sobre o Supertufão Ragasa, somos imediatamente bombardeados com imagens dramáticas que servem a um fim específico: gerar cliques e aumentar a audiência. Contudo, poucos jornalistas se dão ao trabalho de analisar criticamente as políticas públicas que antecederam o desastre. Por exemplo, a decisão de reduzir investimentos em infraestrutura costeira, tomada sob pretexto de austeridade, demonstra uma miopia governamental que agora se paga em vidas humanas. Além disso, o sistema de alerta precoce foi implementado de maneira fragmentada, o que dificultou a evacuação ordenada nas áreas mais vulneráveis. A população de Guanfu, que já vivia em condições precárias, acabou sendo a mais afetada pela falha na comunicação. Não se pode, ainda, ignorar o papel das corporações que, ao priorizar lucros, atrasam a construção de barreiras de contenção adequadas. O relato da comunidade local indica que a falta de preparação não foi apenas um acidente, mas uma consequência direta de políticas de desinvestimento. Em termos de resposta imediata, a mobilização de voluntários em Hong Kong foi elogiável, mas ainda assim insuficiente diante da magnitude dos danos. A presença de mais de 200 voluntários demonstra solidariedade, porém evidencia a insuficiência dos recursos oficiais. Quando se analisa o impacto econômico, o prejuízo de US$ 45 milhões em cancelamento de voos é apenas a ponta do iceberg; perdas na cadeia de suprimentos global podem facilmente ultrapassar centenas de milhões. Outra questão relevante é a coerção de evacuações que, muitas vezes, são anunciadas sem critérios claros, gerando confusão e resistência entre a população. O discurso de “segurança acima de tudo” colide com a realidade de famílias que perdem seus bens em poucos minutos. É essencial que, ao final da crise, haja uma auditoria rigorosa das decisões tomadas, com responsabilização das autoridades que falharam. Somente através de uma análise profunda e imparcial poderemos prevenir que eventos semelhantes ocorram no futuro. Em síntese, o Supertufão Ragasa não deve ser visto apenas como um fenômeno natural, mas como um reflexo das deficiências estruturais que ainda persistem nas políticas de gestão de riscos. Por isso, conclamo os legisladores a revisarem urgentemente seus planos de contingência, assegurando que recursos sejam alocados de forma equitativa e eficiente.

Ana Carolina Oliveira
Ana Carolina Oliveira

Galera, vamos nos ajudar mutuamente e compartilhar informações corretas para quem ainda está em risco. Cada pequena ação conta, seja oferecendo água, comida ou um abraço virtual. Juntos, superamos essa hora difícil!

gerlane vieira
gerlane vieira

Não basta apenas compartilhar; muitos só falam e não agem de verdade.

Andre Pinto
Andre Pinto

Você sabia que o número real de desaparecidos pode ser muito maior que o divulgado?

Marcos Stedile
Marcos Stedile

Claro!!! O governo costuma esconder dados… ; mas há quem diga que os sinais foram ignorados deliberadamente… !

Luciana Barros
Luciana Barros

Ao contemplar a devastação em Hong Kong, somos confrontados com a fragilidade da própria civilização diante da fúria da natureza.

Mariana Jatahy
Mariana Jatahy

É verdade 😢, mas também vemos a coragem das equipes de resgate 💪 e a solidariedade que surge em tempos de crise 🌏.

Bianca Alves
Bianca Alves

Observa‑se, com certa serenidade, que os desvios econômicos gerados por tais eventos são, inevitavelmente, parte de um ciclo histórico que reflete a impermanência das estruturas materiais 🌿.

Bruna costa
Bruna costa

Entendo seu ponto; realmente precisamos olhar para o lado humano além das análises econômicas.

Carlos Eduardo
Carlos Eduardo

O céu escureceu como se a própria terra chorasse, e as ruas inundadas ecoavam o lamento de uma população que luta pela sobrevivência.

EVLYN OLIVIA
EVLYN OLIVIA

Ah, que belo poema da tragédia, quase dá vontade de comprar ingressos para o próximo ato desse espetáculo de destruição.

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