Racing Club, o carrasco dos brasileiros, ameaça Flamengo na semifinal da Copa Libertadores
27
set
Israel Moura Esportes 0 Comentários

Racing Club tem sido, nos últimos anos, um dos maiores obstáculos que equipes brasileiras encontram na Libertadores. O apelido de "carrasco dos brasileiros" não surgiu por acaso; ele reflete uma série de confrontos em que o clube de Avellaneda saiu vitorioso, muitas vezes aproveitando falhas defensivas dos rivais sul‑americanos. Na semifinal contra o Flamengo, essa reputação chega no ponto mais alto, já que a equipe rosada ainda tem a chance de alcançar a final do torneio mais prestigiado do continente.

Como o Racing construiu sua reputação contra o Brasil

Para entender o que o time argentino traz à partida, basta olhar para a sua estratégia nos últimos anos. O treinador de Racing optou por um esquema que prioriza a compactação defensiva e a velocidade nas transições. Quando o adversário pressiona, os jogadores mantêm a forma, bloqueiam linhas de passe e esperam o momento certo para virar o jogo de calçada. Esse modelo de Racing Club tem sido refinado em confrontos decisivos, sobretudo contra clubes brasileiros que costumam dominar a posse de bola.

Um exemplo marcante foi a eliminação do Palmeiras nas oitavas de final da edição passada. O time argentino absorveu o ímpeto ofensivo do adversário por quase 70 minutos e, nos minutos finais, explorou uma bola longa para o atacante, que concluíu com um gol de placa. A lição ficou clara: a paciência e a execução precisa nas contra‑ataques podem virar o jogo.

Além da tática, há um fator psicológico. Jogadores brasileiros que já enfrentaram Racing costumam relatar um clima de pressão extra, como se soubessem que cada erro pode ser fatal. Essa mentalidade, somada à disciplina tática, cria um ambiente onde o time argentino se sente confiante para impor seu estilo.

O que o Flamengo precisa fazer para conter o contra‑ataque

O que o Flamengo precisa fazer para conter o contra‑ataque

Flamengo chegou à semifinal depois de uma disputa dramática contra o Estudiantes de La Plata, vencida nos pênaltis com grandes defesas do goleiro Rossi. Agora, a tarefa é diferente: não basta ter boa fase; é preciso neutralizar um ataque que nasce da velocidade e da organização defensiva.

Primeiro, o rubro‑negro deve trabalhar a saída de bola. Não basta simplesmente jogar para o meio-campo e esperar que a bola circule; a equipe precisa criar opções rápidas nas laterais, abrindo espaços para os laterais avançarem e oferecerem linhas de passe sobre a defesa adversária. Jogadores como Arrascaeta e Gabriel Barbosa têm o talento para abrir essas brechas, mas precisam de suporte imediato dos volantes.

Segundo, a marcação alta não pode ser descartada, mas tem que ser feita com inteligência. Os laterais devem ficar atentos às corridas dos atacantes de Racing, principalmente nos momentos em que o time argentino retoma a bola. Um sistema de pressão coordenada, onde o primeiro bloco pressiona e o segundo cobre, diminui o risco de contra‑ataques inesperados.

Terceiro, a disciplina tática precisa ser mantida nos momentos críticos. Quando Flamengo perder a bola, a equipe tem que recuar rápido, fechar os espaços centrais e forçar o rival a jogar pelas pontas, onde a defesa pode se reorganizar. Essa transição rápida entre ataque e defesa é o que costuma decidir jogos de mata‑mata.

Finalmente, o fator emocional não pode ser subestimado. Jogadores como Gabigol já estiveram sob pressão em grandes jogos e sabem como lidar com a ansiedade. Manter a calma, aproveitar as oportunidades criadas e não se deixar levar pelos contra‑ataques será crucial para Flamengo avançar.

O duelo entre Racing Club e Flamengo promete ser mais que uma simples partida; é um confronto entre duas filosofias de futebol que marcaram a história da Libertadores. Enquanto o argentino aposta na estrutura e na velocidade do contra‑ataque, o brasileiro traz a criatividade e o poder de fogo. O resultado irá depender de quem conseguir impor seu estilo sem abrir brechas para o adversário.