Quando Novak Djokovic, tenista sérvio entrou em quadra no Rolex Shanghai MastersQi Zhong Tennis Center, poucos imaginavam o drama que viria depois.
Na manhã de 7 de outubro de 2025, às 11:10 UTC, o sérvio, então número 5 do ranking da ATP, bateu o espanhol Jaume Munar, posicionado em 41,4, por 6‑3, 5‑7, 6‑2. O placar de 6‑2 no terceiro set pareceu fácil, mas a partida foi um teste de resistência: alta umidade (cerca de 75%), um desconforto estomacal inesperado e uma “coceira” na perna esquerda que o próprio Djokovic descreveu como “um puxão constante”.
Contexto: o que trouxe Djokovic a Shanghai
O ATP Tour havia programado o Shanghai Masters como a penúltima parada antes do ATP Finals, oferecendo 1.000 pontos de ranking e quase US$ 1,43 milhão de prêmio ao vencedor. Para Djokovic, 38‑anos, a missão era clara: consolidar sua posição no Top‑5 e garantir um lugar no evento de final de temporada.
Já Munar, de 28 anos, buscava sua primeira vitória em um Masters 1000 fora da Europa. Era sua sexta aparição em Shanghai, mas nunca havia cruzado a rede com Djokovic. O último encontro deles foi no US Open de 2022, onde o sérvio venceu em sets diretos.
Desenvolvimento da partida
O primeiro set foi dominado pelo sérvio. Seu serviço foi preciso: 44 dos 58 primeiros saques convertidos (75,9%). Munar, por sua vez, acertou apenas 29 de 49 (59,2%). No segundo set, a situação mudou. Munar aumentou a taxa de segundo saque (70,3% de 26/37) e quebrou o ritmo de Djokovic, levando o set por 7‑5. Foi aí que o clima pesado começou a cobrar seu preço.
“Eu estava sentindo a respiração da bola mais pesada que o normal”, relatou Djokovic ao final do set. “A humidade ficou 78% na quadra, a minha garganta doía e a perna começou a ficar rígida”. Segundo o relatório oficial da ATP, ele recebeu tratamento de fisioterapia entre os sets, mas optou por continuar, confiando em sua experiência.
No terceiro, a diferença foi clara: Djokovic elevou sua taxa de pontos totais para 62% e fechou o jogo com 16 dos 26 segundos serviços ganhos (61,5%). Quando o árbitro anunciou o 6‑2 final, a plateia de Minhang aplaudiu de pé, enquanto o tenista sérvio, ainda ofegante, sussurrou: “O corpo me trai, mas a mente não deixa”.
Reações dos envolvidos
Jaume Munar, apesar da derrota, manteve a postura esportiva. “Foi uma partida brutal. Respeito o espírito de luta de Novak. Hoje a umidade foi o maior adversário”, disse ao comunicado da Federação Espanhola de Tênis.
O técnico de Djokovic, Goran Ivanišević, elogiou a resistência do atleta: “Ele sabia que precisava usar a experiência para gerenciar o ritmo. Cada ponto foi pensado”.
Já a diretoria do Roland Garros, que acompanha a jornada dos jogadores para o ATP Finals, comentou que a vitória garante a Djokovic um “caminho menos turbulento” nas próximas duas semanas.
Impactos e análise
Do ponto de vista estatístico, a partida reforça a superioridade de Djokovic no serviço, ainda que a taxa de breakpoints de Munar tenha subido para 38% no segundo set. Analistas da RotoWire apontam que, enquanto a condição física de Djokovic pode ser questionada, sua capacidade de adaptar táticas em tempo real continua incomparável.
Especialista em fisiologia esportiva, a professora Mariana Almeida, da Universidade de São Paulo, observa: “Em ambientes com alta humidade, a perda de eletrólitos acelera a fadiga muscular. O fato de Djokovic ter mantido a potência no saque indica que seu preparo físico ainda está no topo”.
Para o ranking, a vitória lhe adiciona 1.000 pontos, elevando sua pontuação para 9.800, o que o coloca a três pontos do terceiro colocado. Já Munar perde 180 pontos, caindo para 5.200, o que pode comprometer sua classificação para o próximo Grand Slam.

Próximos passos
Com a vitória, Djokovic avança para a segunda fase, onde enfrentará o vencedor entre Andrey Rublev e um qualificado ainda desconhecido. O calendário indica que o próximo jogo será em 8 de outubro, ainda sob condições de alta humidade, mas com temperaturas ligeiramente mais baixas (aprox. 22°C).
O jogador já comentou nas redes sociais que pretende monitorar de perto a condição da perna e que, caso o desconforto aumente, avaliará a possibilidade de tratamento mais intensivo antes do ATP Finals.
Histórico do Shanghai Masters
Desde 2009, o Shanghai Masters é um dos nove torneios Masters 1000 da ATP. Em 2025, a edição 16 contou com um prêmio total de US$ 8.195.555, refletindo seu status como um dos eventos mais lucrativos do circuito. O torneio sempre foi palco de grandes viradas – como a final de 2014, quando Roger Federer superou Novak Djokovic em três sets.
Hoje, a história se repete, porém com um protagonista que já escreveu seu nome nas páginas do tênis mundial.
Perguntas Frequentes
Como a humidade afetou o desempenho de Novak Djokovic?
A alta umidade (cerca de 75% naquele dia) aumentou a perda de água e eletrólitos, gerando fadiga muscular mais rápida. Djokovic sentiu a respiração da bola e a perna esquerda “travar”, mas compensou com maior precisão no saque e controle de pontos.
Qual a importância desta vitória para o ranking de Djokovic?
A conquista garantiu 1.000 pontos ao sérvio, elevando sua pontuação para quase 9.800 e aproximando‑o ainda mais dos três primeiros colocados, o que facilita a classificação para o ATP Finals.
Quem será o próximo adversário de Djokovic no torneio?
Ele enfrentará o vencedor do confronto entre Andrey Rublev e um qualificado ainda por definir, partida marcada para 8 de outubro de 2025.
Jaume Munar tem chances de melhorar seu ranking após a derrota?
Com a perda de 180 pontos, Munar caiu para cerca de 5.200 pontos. Ele precisará de bons resultados nos próximos torneios para compensar o déficit e garantir vagas em Grand Slams.
Qual o histórico do Shanghai Masters em termos de recordes de jogadores?
Desde sua primeira edição em 2009, o torneio já contou com oito vitórias de Nadal, quatro de Djokovic e duas de Federer. É conhecido por ser um dos menos previsíveis, com frequentes surpresas nos primeiros rounds.
Ah, a saga de Djokovic em Shanghai, um clássico da dialética da resistência humana contra a umidade opressora. Entre o suor que escorre e a perna que reclama, ele demonstra que a fisiologia pode ser eclipsada pela pura vontade de dominar o ponto. O relato parece um tratado metafísico onde a lei da gravidade é substituída por pings de energia quântica. No fim, a vitória é mais uma demonstração de que a mente pode transcender até mesmo a própria carne.