O conflito entre Israel e o grupo militante Hezbollah atingiu novos níveis de intensidade, com uma série de ataques israelenses em bastiões conhecidos do Hezbollah no Líbano. Lugares como os subúrbios do sul de Beirute e outras regiões têm sido bombardeados continuamente. Essa escalada é um reflexo das crescentes tensões entre os dois adversários, intensificadas desde 23 de setembro, resultando em pelo menos 1.315 mortes no Líbano, conforme dados oficiais coletados pela AFP. O aumento do número de vítimas destaca a gravidade da situação para a população civil libanesa, que está presa em meio a esse confronto feroz e destrutivo.
Apesar dos golpes pesados sofridos, o Hezbollah tem demonstrado uma capacidade de resistência notável. Naïm Qassem, o segundo no comando da organização, declarou que uma solução para o término do conflito no Líbano seria um cessar-fogo, mas enfatizou que o grupo 'não seria derrotado'. Qassem justificou o direito do Hezbollah de atacar qualquer parte de Israel, salientando os bombardeios israelenses em todo o território libanês. Tais declarações demonstram a determinação do Hezbollah em continuar com sua agenda de defesa e retaliação, enquanto os habitantes libaneses permanecem em uma posição vulnerável.
O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou claramente sua oposição a um cessar-fogo unilateral. Em uma conversa telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron, que apelou a Israel para que respeitasse as decisões da ONU, Netanyahu argumentou que parar os ataques não mudaria a situação de segurança no Líbano. Macron recordou que a formação do Estado de Israel foi decidida por uma resolução da ONU em 1947, lembrando da histórica votação do plano de partição entre a Palestina e o estado hebraico. Contudo, Netanyahu rebateu que não foi a resolução da ONU, mas a vitória na Guerra da Independência, um triunfo alcançado com o sangue de lutadores heroicos, muitos sobreviventes do Holocausto, que fundaram o Estado de Israel.
As tensões entre Israel e a França têm aumentado, com Macron insistindo que a única maneira de encerrar essas guerras seria parar as exportações de armas usadas por Israel em Gaza e no Líbano. Além disso, a França considerou 'completamente inaceitável' que as forças israelenses tenham deliberadamente direcionado ataques contra forças da ONU de manutenção da paz no Líbano, incluindo um contingente francês, resultando em feridos. Macron sublinha que agora não é o momento para se afastar das decisões da ONU, destacando a importância de aderir à Resolução 1701, que encerrou a guerra anterior entre Israel e Hezbollah em 2006, estipulando que apenas o exército libanês e as forças de manutenção da paz da UNIFIL deveriam ser implantados no sul do Líbano.
A situação no Líbano é descrita como 'catastrófica' pela Coordenadora Especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, com quase 600.000 pessoas deslocadas internamente, mais da metade delas crianças. Essa crise humanitária tem se aprofundado, com abrigos temporários ficando superlotados e escassez de recursos básicos. O Prime-Ministro do Líbano, Najib Mikati, observou que Israel estava realizando 'incursões breves' no sul e expressou prontidão para aumentar as tropas do exército na região 'em caso de um cessar-fogo'. Esse compromisso demonstra a intenção do governo libanês de restaurar alguma aparência de normalidade e segurança nas áreas mais atingidas, caso um cessar-fogo seja alcançado.
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