Motorista de ônibus é feito refém por ex-funcionário em Itaquera e polícia negocia rendição

Informações do Projeto

Drama em Itaquera: ex-cobrador faz motorista refém e mobiliza operação da polícia

Pouca gente imagina entrar em um ônibus comum e ver o que os moradores de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, presenciaram no fim da manhã desta quarta-feira, 30 de abril de 2025. Um homem com uma faca de 40 centímetros manteve um motorista de ônibus sob ameaça por cerca de três horas numa das avenidas mais movimentadas da região, causando pânico, bloqueio do trânsito e uma longa negociação com a polícia.

Adriano, 36 anos, ex-cobrador da empresa Express, tomou o controle do veículo logo após embarcar como passageiro na Avenida José Pinheiro Borges. Ele trabalhou quatro anos na empresa, mas deixou o emprego dois meses antes do incidente. Segundo informações da própria polícia e relatos do chefe do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), o motivo do surto parece ser uma mistura explosiva de dívidas altas com agiota, o peso do desemprego recente e o abalo provocado por um término de relacionamento.

Negociação tensa e desfecho sem feridos

Negociação tensa e desfecho sem feridos

A movimentação policial foi intensa. Dezenas de profissionais do GATE cercaram o ônibus e estabeleceram um longo diálogo. O cenário chamou atenção de curiosos e deixou familiares do motorista e funcionários da empresa Express apreensivos do lado de fora. Os agentes de elite, treinados para resolver situações com reféns, conseguiram acolher o desabafo do suspeito e negociar a liberação sem violência.

  • Adriano exigia apenas a presença da mídia e chance de falar com a família.
  • Durante as três horas, conversou por telefone com intermediadores do GATE.
  • O motorista, apesar do estresse, saiu fisicamente ileso.

A falta de histórico criminal de Adriano surpreendeu até mesmo veteranos da polícia. Internamente, a direção da empresa Express ficou abalada. Rodrigo Marques de Oliveira, um dos gestores, disse que o choque tomou conta da equipe ao descobrir que o sequestrador era alguém conhecido do ambiente profissional – e sempre considerado tranquilo por colegas.

A segurança no transporte público volta para o centro do debate, especialmente sobre como problemas de saúde mental associados à crise financeira podem escalar para episódios extremos até mesmo entre pessoas sem histórico violento. Para quem passou pela Avenida José Pinheiro Borges, aquela manhã certamente não será esquecida tão cedo.

Escreva um comentário